Em fevereiro de 2025, a Código Não Binário participou da RightsCon Taipei — maior conferência mundial sobre direitos humanos e tecnologia — com uma mesa histórica: a primeira composta inteiramente por pessoas trans em toda a história do evento. Intitulada “Hackers Trans”, a mesa propôs deslocar o centro da conversa para aquilo que geralmente é colocado à margem: as vozes dissidentes que desafiam o controle corporativo da internet.
A discussão foi mediada por Amanda Claro e contou com Veronyka Gimenes, Timid Robot Zehta (Creative Commons) e Audrey Tang (Cyber-Embaixadora de Taiwan). Juntas, debateram o impacto da monopolização digital pelas Big Techs, e como isso afeta diretamente comunidades trans, racializadas e periféricas — mas também como essas comunidades têm criado redes de solidariedade e tecnologias de resistência.
Além da mesa, participamos de sessões fundamentais sobre violência de gênero nas redes, saúde mental de defensores de direitos humanos e a crise global no financiamento do terceiro setor. Ao final da conferência, uma certeza nos guiava: o futuro da internet precisa ser moldado pelas bordas, por experiências populares e por pessoas que sabem, na pele, o que significa viver sob vigilância.



