Código Não Binário

Mozilla Festival (Barcelona) e Cooperative AI Conference (Istambul)

Iremos participar de duas conferências internacionais que conectam IA, colonialismo digital e justiça de dados, levando perspectivas transfeministas e do Sul Global sobre governança de tecnologia.

Mozilla Festival 2025 — Barcelona

Palestra: Necrobiotechnopolitics: Resisting to the End of the World in the Age of AI

Local: Zone B — Room B1 | Trilha Unlearning Power in Tech Governance

Datas: 7 a 9 de novembro de 2025

No Mozilla Festival 2025 vamos apresentar uma leitura transfeminista e anticolonial da inteligência artificial. A palestra discute a necrobiotecnopolítica — a fase atual do colonialismo digital em que tecnologias de IA organizam a vida e a morte em escala planetária.

A fala conecta racismo algorítmico, extração de dados, desigualdade de gênero e colapso climático, mostrando como sistemas de IA e governança de plataformas reproduzem hierarquias coloniais e cisheteronormativas. A apresentação propõe um marco teórico e político para resistir a essas estruturas, combinando metodologias do Sul Global e práticas comunitárias de resistência.

Resistir às Big Techs não é apenas consertar a internet — é recusar um mundo projetado para ser inviável para a maioria. É programar futuros onde a tecnologia sirva às nossas vidas, não à exploração delas.

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Cooperative AI Conference — Istambul (11–14 de novembro de 2025)

Oficina: Radar Social LGBTQIA+: Cooperative AI Against Platform-Mediated Hate

Na Cooperative AI Conference 2025, a Código Não Binário apresenta o projeto Radar Social LGBTQIA+, dentro do eixo Platform Capitalism, Gender, Migration, and Climate Crises. A conferência é organizada pela Platform Cooperativism Consortium e reúne pesquisadoras/es e ativistas que exploram formas cooperativas e comunitárias de desenvolver inteligência artificial.

Resumo da apresentação:

No segundo semestre de 2024, o podcast brasileiro Entre Amigues tornou-se um fenômeno nacional — e simultaneamente alvo de campanhas coordenadas de ódio digital. A inação das Big Techs diante desses ataques revelou a lógica extrativista do capitalismo de plataforma, onde a violência é lucrativa e sistematicamente reproduzida.

Em resposta, a Código Não Binário liderou uma articulação coletiva para documentar, analisar e buscar responsabilização pelas violências, estabelecendo as bases para uma Ação Civil Pública contra as plataformas. Dessa experiência nasce o Radar Social LGBTQIA+, uma iniciativa de IA aberta e cooperativa voltada a detectar e categorizar ódio contra comunidades LGBTQIA+ em múltiplas plataformas.

Evoluindo de um protótipo de escuta social para um modelo de IA, o Radar conecta forense digital comunitária e aprendizado de máquina. Baseado em datasets anotados pela comunidade e em uma arquitetura híbrida e explicável, ele cria possibilidades de uso jurídico, protetivo e de advocacy para organizações do Sul Global.

A apresentação propõe um marco para infraestruturas de IA cooperativa capazes de resistir à lógica extrativa do capitalismo de plataforma e reivindicar agência tecnológica para comunidades marginalizadas.

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