Entre os dias 10 e 12 de julho de 2024, o SESC CPF recebeu o curso presencial “Tecnologia e Diversidade: é possível hackear os padrões?”, com curadoria e mediação de Ana Helena Passos. O ciclo de encontros propôs uma reflexão interseccional sobre os marcadores de gênero, raça, sexualidade e neurodiversidade nos ambientes de produção tecnológica, espaços ainda amplamente ocupados por corpos brancos, cis, héteros e masculinos.
A proposta do curso foi colocar em questão a homogeneidade do “corpo social tecnológico” e pensar: que tecnologias surgem quando hackeamos os padrões dominantes? E mais: o que se ganha, política e eticamente, ao trazer diversidade para o centro do debate sobre inovação, código e técnica? Foram três encontros com convidades potentes, trazendo experiências acadêmicas, profissionais e de vida para o debate.
As mesas foram compostas por temas urgentes e plurais: hackeando a masculinidade na tecnologia (com Veronyka Gimenes e Ariane Sousa Campos), TI e neurodiversidade (com Luciana Viegas e Marcelo Vitoriano) e racismo e antirracismo nas tecnologias (com Luiz Valério Trindade e Fernanda Rodrigues). Juntes, apresentaram caminhos possíveis para criar espaços tecnológicos mais justos, afetivos e criativos.
(Arte: Wikimedia Commons)
Palestrantes
Ana Helena Ithamar Passos
Advogada pela UCP, Mestra e Doutora em Serviço Social, pela PUC-Rio. Pesquisadora na área de estudo das relações étnico-raciais, com ênfase nos Estudos Críticos da Branquitude e nos estudos de gênero e sexualidade.
(Foto: Acervo Pessoal)
Fernanda Rodrigues
Doutoranda em Direito na UFMG. Mestra em Direito pela UFSM. Desenvolve pesquisas na área de direito e internet, com foco para moderação de conteúdo, inteligência artificial e racismo algorítmico. É Coordenadora de Pesquisa e Pesquisadora do Instituto de Referência em Internet e Sociedade.
(Foto: Acervo Pessoal)
Luciana Viegas
Autista, mulher preta e mãe de um menino autista não oralizado. Formada em Pedagogia, possui pós-graduação em Direitos Humanos e Lutas Sociais. Atua como educadora popular e inclusiva.
(Foto: Acervo Pessoal)
Marcelo Vitoriano
Psicólogo pelo Centro Universitário de Santo André. Experiência em coordenação de projetos na área de Inclusão e Capacitação Profissional para Pessoas com Deficiência. Diretor Geral Specialisterne Brasil.
(Foto: Acervo Pessoal)
Veronyka Gimenes
Travesti, umbandista e comunista, lidera a Núcleo Digital, onde produz tecnologias para a Democracia, e a Código Não Binário, rede que faz com que diversidade esteja no centro das práticas de política e tecnologia. Âncora do podcast Entre Amigues e memeira na página Ajudar o Povo de Humanas e Esquerda Pensante. Formada em Software, Política e Gênero. Trabalha há 16 anos com desenvolvimento de tecnologias para o setor público e terceiro setor no Brasil e na Europa, produzindo plataformas.
(Foto: Acervo Pessoal)
Ariane Sousa Campos
Tecnologista e co-fundadora do Minas Programam. Cientista social pela FFLCH-USP e mestranda no Diversitas-USP. Assessora no hub feminista Purposeful e integrante da confluência sudaca RUTRAS.
(Foto: Acervo Pessoal)
Luiz Valério Trindade
Doutor em Sociologia pela University of Southampton (Inglaterra), atua como pesquisador independente e cientista social afiliado ao IPIE com sede em Zurique (Suíça). Autor de Discurso de ódio nas redes sociais (Editora Jandaíra, 2022).
(Foto: Acervo Pessoal)
Confira:
Programa
10/7. Como hackear a masculinidade na tecnologia?
Com Veronyka Gimenes e Ariane Sousa Campos.
11/7. TI e neurodiversidade: confluências e desafios
Com Luciana Viegas e Marcelo Vitoriano.
12/7. Racismo e antirracismo nas tecnologias
Com Luiz Valério Trindade e Fernanda Rodrigues
Curso Presencial – Tecnologia e Diversidade: é possível hackear os padrões?